Mais uma vez eu escrevia sobre ela. Ou tentava, não estava me satisfazendo com o aquilo que minhas mãos e mente, em conjunto, produziam. Parecia-me que nada estava próximo ao que eu queria que fosse. Nada era tão bom quanto eu queria que fosse para ela. Nada era tão bom quanto Ela.
As luzes apagadas de meu quarto ajudavam em minha concentração, onde apenas a luz do computador atraia minha visão e nada mais me interrompia. Nem mesmo aquele último cigarro que, há pouco, apaguei após atrapalhar-me com ele e queimar a mão. Pensar nela… Tira o foco de todas as outras coisas em minha mente.
Como pode alguém como eu estar tão abobalhado assim? Isto é, então, o que chamam “amor”? Se for isso… Não estou reclamando, mas eu bem que poderia não me queimar mais com o fogo.
Imprimo outra página e leio-a em voz alta para testar a sonoridade das palavras… Insatisfeito, amasso-a e arremesso contra a parede. Sirvo-me de mais uma xícara de café e sento-me sobre a cama.
Fecho meus olhos e, logo, seu rosto volta a minha mente. Ou fica mais forte. Acho que já não consigo mais tira-lo da minha mente. O som da chuva batendo em minha janela me acalma e eu sinto a sonolência dominar meu corpo.
Acho que adormeci. Flashes de visão me aparecem e, inspirado, levanto-me da cama e, de um salto, volto a meu lugar em frente ao computador e digito incessantemente as palavras que as imagens que vieram a minha mente sussurraram.
Estaria ela pensando em mim agora?
Jack.