Abracei-a por trás e continuei andando. Há dias meu andar estava se complicando, mas aquela foi a melhor caminhada que eu havia feito em muito tempo. Caminhamos abraçados por alguns segundos apenas, ela carregou meu apoio e deixou que eu me apoiasse nela.
Fiz isso por tê-la visto entristecer — mesmo que por um instante senti a tristeza tomar seu olhar outra vez — e sabia que eu poderia fazê-la sorrir. Talvez seja um dom para com ela.
Nossos passos estavam ritmados — eu arriscaria dizer idênticos —, ela voltara a sorrir e a dor cessara. Tanto a minha quanto a dela. Ou foi isso que senti, ou deixei de sentir.
A caminhada tornou-se mais rápida com o seguir dos passos e quando se tornaram demasiados rápidos, tivemos que nos separar. Apesar de entender que se não o fizesse iriamos acabar caindo, meu corpo não queria que eu o fizesse.
Quando a soltei, ela devolveu-me meu apoio para que eu pudesse andar “normalmente”, mas seu cheiro havia ficado em mim. O que me fez sorrir ao perceber. Ela viu meu sorriso e desviou o olhar. O que me lembrou de algo que ela me disse em outra vez em que nos vimos. “Sorriso lupino”.
ReLapso: Bug Semanal
Há 7 anos