28 de agosto de 2013

Livro ― A Garota da Alma de Papel

O livro A Garota da Alma de Papel ― escrito por este que vos fala ― acabou de ser publicado e já está disponível para vendas no website Clube dos Autores. E aqui, será publicada a sinopse do livro com sua capa.

"Jack está marcado para morrer.
Naquela noite quando foi ao bar, ele não esperava encontrar uma garota como Milena. Esperava menos ainda descobrir que ela era filha de seu padrinho John. Porém, Milena precisa de ajuda, pois um feitiço errado fundiu sua alma a um livro.
Agora, junto a seus amigos, Jack precisa ajudá-la a controlar seus poderes a tempo de parar um monstro que ameaça ressurgir e tentar deter uma profecia que anunciou a sua morte."
Características
Número de páginas: 138
Edição: 1(2013)
Formato: Pocket 105x148
Coloração: Preto e branco
Acabamento: Brochura s/ orelha
Tipo de papel: Offset 75g

Preço: R$28,55 

E para aqueles que forem capazes de compra-lo e puderem me encontrar, garanto que eu vá assina-los. Isto é, se tiver uma caneta ao alcance.

19 de agosto de 2013

Lunewalker fala ― Notícias próprias dos últimos tempos

Já faz algum tempo que eu não escrevo simplesmente por escrever. Entenda-se isso como falar como eu mesmo, ao invés de falar através de algum personagem. E isso... É um feito e tanto.
Estou bem. Tenho me sentido feliz recentemente, apesar de algumas coisas acontecerem. Mas bem, estou aqui para falar um pouco do que... Do que mesmo produção? Ah é, não sei do que estou falando, estou apenas falando.
Vejamos...
Primeiramente, gostaria de dizer que minha mente está um caos. Completamente bagunçada. E qual a novidade nisso? Bem, ela está mais bagunçada que o normal, mais do que eu gostaria às vezes, mas estou aprendendo a lidar com isso. Estou lidando bem com lados de mim que antes não conseguia dialogar. Ponto para mim.
Estou escrevendo bastante também. Tenho feito alguns contos curtos, fora os meus trabalhos freelance, e meu livro está bastante bem. Faltam poucos acontecimentos, acho que até o final do ano eu o terminei. Seria uma boa se eu pudesse trabalhar nele sem parar, faria com que a espera fosse bem menor. (E a cobrança de quem sabe dele também seria bem menor).
O que mais... Bom, comecei o quarto semestre do curso de filosofia. Estou confuso com o fato de um curso noturno ter aulas durante o dia (quinta-feira à tarde e sábado de manhã), mas posso lidar com isso. (Só preciso me lembrar de não dormir nas sextas, ou eu não conseguirei acordar).
Eu não tenho conseguido meditar, o que é ruim... Afinal de contas eu meditava todos os dias. E por algum motivo que só a Deusa deve saber, não tenho conseguido há algumas semanas. Lindo. (Tentei agora a pouco, mas só o que consegui foi a ideia de fazer essa publicação).
Comecei a jogar Allods, ou quase (esperando minha parceira dizer que vai começar o jogo também), eu tive essa súbita vontade de jogar algum MMORPG para distrair minha mente dos acontecimentos da vida.
O que mais... Bem, eu iniciei um projeto novo com alguns amigos. Um website com a alcunha de “Crônicas do Apocalipse”. Uma visão dos quatro cavaleiros sobre o mundo que, de maneira irreverente, mostra como o mundo está errado em sua visão sobre eles.
Eu tenho andado bastante, fortalecendo minha perna ferida. Está boa, apesar do frio constante (e anormal) que está fazendo nesta cidade.
Sobre outras dores? Minha mente. Ela, por seu atual caos, está machucando meu físico. Dores de cabeça bem fortes e cansaço... Sem mencionar o retorno da minha insônia e pesadelos (isto é, quando consigo dormir).

Bem, é isso. Estou vivendo a vida como deve ser feita. Esperando as coisas acontecerem e fazendo a maioria acontecer. Estou bem. É sério.

17 de agosto de 2013

Conto do Luneverso ― Sangue

A casa de shows.
O lugar estava cheio, mesmo para um pequeno bar underground no subúrbio. Não era como o Princesa, aonde caçadores e a escória ia para beber e discutir, aquela casa de shows era um local onde os jovens ― que não conseguiam entrar no Princesa ― iam para ouvir música e reclamar de suas vidas. Alguns poucos poderiam estar no Princesa, mas preferiam ir até ali. Alguns gostavam de suas presas em locais em que pareciam quando não eram o que agora eram.
Aquela garota entrou naquele lugar e nem sabia onde estava se metendo. Talvez ela se arrependesse ao final da noite, mas pode ser que não. Não se deve tomar como fatos o que são apenas especulações.
Ela era por falta de definição melhor, a “ovelha negra” de sua família. Discutia com todos sobre tudo. Ela possuía algumas tatuagens, feitas para irritar o pai, e um piercing no lábio e outro na língua. Seu cabelo era comprido e do negro ia tornando-se um roxo escuro. A maquiagem negra. Vestia-se, em geral, com uma longa saia negra e botas de couro. Camisetas variadas de bandas escondiam seu busto avantajado. Essa era Cecille.
Cecille não conseguia manter-se longe de confusão. Ela dizia que a confusão pertencia a ela, como uma amante insaciável. Naquela noite, ela veria que na verdade era o contrário.
Sua pele era pálida, destacando os cabelos e olhos negros. As orelhas expostas através dos cabelos eram pontudas, assim como os caninos que se mostravam através de seu sorriso sedutor. Ele vestia uma camisa de flanela vermelha e um jeans escuro e rasgado. A gola levantada escondia seu pescoço, mas ela sabia que isso não era algo leviano, ele escondia a cicatriz da mordida que levara. Ele a estava olhando enquanto, do alto do palco, tocava seu baixo cor-de-sangue.
O ritmo era calmo, o baixo estava mais destacado do que os outros instrumentos, e Cecille estava sentada no balcão. Quando a música terminou, ela se virou para o palco e viu os músicos descendo. Eles não agradeceram a presença do público, apenas desceram. O garçom serviu-lhe uma bebida, disse apenas “cortesia de alguém”. Era uma bebida estranha, parecia vinho, mas era mais doce. Lembrava o gosto ferro, mas também poderia ser vodca, quem saberia?
Instantes depois alguém sentou ao seu lado. Era o baixista que havia visto antes.
Ele sorriu.
Ela desviou os olhos para a bebida e, involuntariamente, tirou o cabelo do rosto para que ele a visse. Ela não tinha intenção alguma de deixar que ele a tocasse.
― Oi ― a voz dele era grave e rouca, pronunciada quase num sussurro. ― Que acha dessa bebida?
Ela permaneceu em silêncio. Estava ruborizada.
― Bem, agradeça-me.
Ela o olhou e sussurrou um fraco “obrigada”.
Não era comum ela estar assim, em geral era ela quem “atacava”, mas ele tinha alguma coisa que a fazia recuar. Ele flertava, ela estava parada.
O silêncio foi interrompido pelo toque suave de um baixo, a próxima banda começara a tocar. Ele se levantou e saiu dali, ela o seguiu. Estavam no beco.
― Eu sabia que viria... ― ele sussurrou para si mesmo sem se virar.
Ela tocou-o em seu ombro. Ele se virou. O sorriso alargou-se, exibia os caninos pontiagudos. Ela o beijou.
Guiou-a até a parede e o beijo intensificou-se. Ela sentiu o calor tomar seu corpo, mas o dele ainda era frio. Como se não estivesse vivo. Durante o beijo, ela sentiu as mãos dele percorrerem seu corpo. Eles se separaram.
― Você quer mais? ― ele perguntou e sem esperar, tornou a beija-la.
Eles voltaram a se separar, ela mordeu o lábio dele. Ele tomou aquilo como um sinal e encostou seus lábios sobre os dela e, aos poucos, fez sua boca percorrer o pescoço da garota. E então ela sentiu uma dor aguda, os dentes dele cravaram-se sobre sua pele e afundavam sobre sua carne, fazendo-a sangrar.
Ela sentiu-se fraca, o sangue era sugado lentamente e suas forças se esvaiam.
Ela caiu. Ele permaneceu em pé.
Ele abaixou-se, próximo a ela. Limpou o sangue que escorria de sua boca com a manga da camisa e disse:
― Garotinha... Deveria saber que não se devem aceitar coisas de estranhos. ― ele tocou-a no rosto ― Ainda mais se esse estranho vier do submundo. Sangue de vampiro te faz fazer coisas que não está acostumada... E, sinceramente ― ele lambeu os próprios lábios ―, seu sangue nem era tão bom, ao menos tinha o meu para deixar mais... Apetitosa.
Ele deixou-a ali.
Ela sentiu as lágrimas correrem por seu rosto e o sangue morno continuar a escorrer pelo pescoço. Ela nem ao menos sabia o nome de seu assassino. Estava morrendo.
Mas será que a morte era assim?

O certo, é que, seu corpo não estava mais ali quando amanheceu. E ninguém havia ido até aquele beco escuro.

13 de agosto de 2013

Conto ― A próxima estação

                Eu sou Jack. E este é um dos capítulos da minha vida. Não sei quando ou como começou, eu sei apenas que ele começou. Assim como todos os capítulos da vida, eu escrevo. Escrevo por que não confio na memória humana. Ela é falha e facilmente corrompida. Eu escrevo para que momentos não se percam, nem os bons e nem os maus.
                As pessoas têm diferentes interpretações sobre como tratam suas vidas. Para alguns cada dia é um quarto, para outros é uma estrada. Para mim, desta vez, este capítulo é como se eu estivesse dentro de um ônibus acompanhando suas paradas e vendo as pessoas que sobem e descem; cada uma delas com seus objetivos e, às vezes, encontram-se comigo.
É interessante pensar nisso. A visão humana é tão diferente sobre coisas tão iguais.
O silêncio de meu quarto só é quebrado pelo som de meu teclado. A madrugada sempre me foi tão mais familiar e aconchegante do que qualquer outra parte do dia. E é durante esse período em que eu posso ser eu mesmo por completo. Não que eu seja outra pessoa, mas, durante o dia, eu não consigo ser eu. Durante a solidão da madrugada, quando estou completamente sozinho, eu consigo isso. Escrevo, leio, penso, converso. Tudo isso acompanhado de mim mesmo.
Noite passada eu estive com alguns amigos, que, por acaso, moram comigo, em um show. Um show interessante, como em todas as terças-feiras em que saímos. Estamos ali. Sempre. É algo rotineiro que acaba nos dando uma forma de escapar da rotina. Aqueles shows nos dão a liberdade que procuramos durante todo o restante da semana.
Mas eu acabo me aborrecendo quando coisas espontâneas se tornam costumeiras. Eu me entedio facilmente com aquilo que, no começo, me fazia tão bem. E aquela rotina de fugir da rotina nas terças-feiras já começava a me aborrecer. Era uma pena, os shows costumavam ser tão bons. Divertiam-me, mas eu voltava para casa e não tinha mais vontade de fazer coisa alguma, exceto dormir.
A terça-feira em questão foi diferente.
Estávamos lá. Curtíamos o show, bebíamos cerveja com o pouco de dinheiro que conseguimos arrecadar para aquelas ocasiões e tínhamos apenas um único maço de cigarros para dividir em três.
O lugar não estava tão cheio, parecia um ambiente familiar ― um ambiente de família de motoqueiros, mas ainda assim ―, então, eu decidi caminhar um pouco. Procurar algo que pudesse me distrair. Apanhei um cigarro e o acendi. Após o primeiro trago, olhei a minha volta e, enquanto a fumaça que saia de minha boca se dispersava, observei as pessoas. Famílias, amigos e casais.
Enquanto caminhava, esbarrei em alguém, meu cigarro quase caiu e eu já estava pronto para xingar a pessoa quando percebi quem era. Bem, eu não sabia exatamente quem ela era, mas eu gostaria de saber.
Uma garota mais baixa do que eu, de cabelo escuro e com um vestido tão escuro quanto, com uma jaqueta de couro por cima. A maquiagem parecia roxa, mas eu não saberia dizer ― afinal de contas, não sei distinguir cores... Não tenho essa capacidade física no olho direito e meu esquerdo se adaptou a ignora-las.
Murmurei um leve pedido de desculpas e ela saiu dali sorrindo. Ela parecia uma garota legal. Naquele momento o único pensamento que eu tinha era de que eu queria conhece-la. Eu precisava. Sabia que minha mente não iria me deixar em paz se eu deixasse as coisas assim.
O lado ruim?
Bem, meus amigos me encontraram e com isso não pude encontra-la mais. Vi de relance algumas vezes, próxima ao palco, mas não pude falar com ela naquela noite ― a música era realmente envolvente e eu estava empolgado outra vez.
Nós voltamos a pé para casa ao final do show, eles discutiam as músicas tocadas e eu, em silêncio, terminava o meu último cigarro daquela noite. Meus amigos estavam ocupados o suficiente para perceber que eu não estava participando da conversa.
Já em meu quarto, tirei meus tênis e a camisa, deitei-me em minha cama bagunçada, tentando olhar o meu teto. Tirei os óculos escuros e virei-me para tentar dormir.

Aquela garota ainda estava em meus pensamentos e parecia que não iria sair deles tão cedo.