Meu
nome é Willian Benevides... E estou prestes a morrer.
Na
vida precisamos tomar algumas decisões, essa é uma delas. Estou no trigésimo
andar do prédio em que moro, encarando as ruas. O sol se põe as minhas costas,
é um lindo dia para morrer.
O
som abafado dos carros e das pessoas voltando para suas casas apenas destaca a
minha falta de significância para o mundo. Nada faz sentido. Nada funciona para
mim. As regras humanas de convívio não se aplicam a mim.
Amigos
é algo que não tenho. O único que tive se provou ser um verdadeiro sacana.
Minha namorada, atualmente ex-namorada,
me trocou por ele. Admitiu estar com ele há meses, meses em que estávamos
juntos... Por que pessoas que namoram traem? É algo que nunca saberei explicar.
Emprego
é algo relativo. Sou escritor, ou algo parecido com um. Meu trabalho no jornal
não tem rendido muita coisa, tenho passado por mais sufocos do que um dia
sonhei em passar e como se não bastasse meu editor vive ameaçando me
despedir... As dividas estão acumulando e não tenho esperança alguma de
conseguir pagá-las.
As
coisas parecem tão comuns para a sociedade que isso não a afeta. A vida de uma
pessoa não significa mais do que a de um misero inseto. O uísque barato que
bebo, enquanto essas palavras passam por minha mente, fortalece minha vontade
de pular. Nem para uma ultima bebida decente eu tive dinheiro suficiente.
Antes
do ultimo passo, o passo que faria com que as angústias terminassem, escutei o
som de asas. Provavelmente pássaros em sua migração.
–
Não faça isso – ouvi alguém dizer as minhas costas. – Pode acabar se
arrependendo quando não houver como voltar atrás.
Virei-me
para trás, fazendo com que eu quase caísse, e deparei-me com uma jovem mulher
de cabelos negros, com um triste sorriso em seu rosto. Ela vestia um longo
vestido branco que contrastava com sua alva pele. Um homem poderia se perder em
seu corpo, mas eu estava em estado tão deplorável que nem havia pensado nos
prazeres carnais.
–
Não vou me arrepender. – respondi a ela, arremessando o copo para as ruas. – O
que você está fazendo aqui?
– Vim
impedir você de fazer o que quer fazer. – ela me olhava com o olhar que alguém
olharia, com pena, a um mendigo.
–
Por quê? – eu perguntei, olhando para as ruas que antes pareciam tão convidativas,
mas agora a sensação de tristeza havia me abandonado e eu me sentia calmo.
Quase sereno. – Qual seria a diferença eu estar ou não vivo?
–
Para muitos nenhuma, mas para nós dois fará muita.
Voltei
meu olhar para ela, não entendi o que ela havia me dito, mas aquele olhar...
Ela era diferente de qualquer outra mulher que eu já havia encontrado em toda a
minha vida.
–
Quem é você? – tornei a perguntar. – De verdade...
–Sou
uma amiga
–
Amiga... – desviei meus olhos, saí da sacada, pondo-me em segurança. – É algo
que estou precisando ultimamente.
–
Eu sei.
–
Mas sabe... Amigos sabem os nomes uns dos outros, entre outras coisas.
– Meu
nome é Clara. – finalmente ela havia me dito seu nome. Mas não era o bastante. –
Posso ficar em sua casa?
–
Eu suponho que sim... Pode?
–
Posso.
“A luz em
minha vida” é um novo conto que estou escrevendo, será postado aqui no Recanto nos
momentos em que eu tiver terminado cada capitulo. Ou é assim que eu penso em
fazer por enquanto.
Esse autor
aprecia comentários, então... Comentem.
Espero continuação logo!
ResponderExcluiro ínicio tá bom, preciso de uma ''amiga'' assim, kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMuito bom, primo! :D
ResponderExcluirParabéns!