Sobre Jack Lunewalker.

Jack Lunewalker, atualmente
(Desenho por: Heitor Soares)

Sabe, essa é a primeira vez que eu estou escrevendo sobre o Jack. Já escrevi muito sobre ele, já falei dele para pessoas, mas nunca havia escrito sobre ele. Não sobre ele em si, mas sobre seu surgimento, seu nascimento.

Jack Lunewalker. Meu personagem principal. O cara que se não tivesse sido criado, provavelmente eu já não estaria mais vivo.

“Deixa de ser emotivo, cara. Todos sabem que você me ama”.

Jack, me deixa continuar em paz? Obrigado.

Eu tinha pouco mais de dez anos quando ele nasceu, já era um personagem interessante. Com ideias próprias, com vida própria. Poxa, ele era realmente livre de todas as maneiras que eu não era. Era Tyler Durden.

Não me perguntem sobre o nome, eu nunca soube o motivo... É um bom nome, eu acho.

Jack passou por tantas mudanças no passar dos anos quanto eu. Vejamos... Antigamente ele era um cara quieto, o auge do senso de justiça em um justiceiro noturno. Como o próprio Justiceiro, eu acho.

Sua aparência também foi modificada. Antes ele tinha o cabelo comprido até o meio das costas; agora seu cabelo está pouco abaixo dos ombros (como o meu agora está, mas um pouco maior). Ele usava óculos escuros de lente única, não sei como descrever isso, mas hoje são apenas óculos escuros comuns.

Suas roupas eram sempre tão escuras. E com um sobretudo negro. Agora ele está com roupas mais leves e simples, algo mais ao estilo dele... Calça jeans, all-star, camisetas de bandas... Uma jaqueta jeans ou uma camisa de flanela, mas ele prefere a jaqueta. H-eh.

“Jaquetas são legais, eu gosto delas. Principalmente a minha, me acompanhou em muitas besteiras e caçadas”.

H-eh, a primeira vez em que ele apareceu, protagonizando uma história, ele era um super-herói. Vigilante, na verdade. O típico herói que protege seu território. Depois ele passou para um pistoleiro do velho-oeste e também um cara comum que busca seu lugar no mundo (às vezes eu ainda escrevo coisas assim sobre ele), mas enfim ele se tornou o caçador paranormal.

Jack Lunewalker do Velho-Oeste.
(Desenho por: Felipe Cunha)

Jack é um caçador paranormal. Fantasia urbana sempre foi fascinante para mim. Algo incrível, como as lendas urbanas contam... Mas eu sentia falta de algo nelas, alguém que soubesse lidar com elas.

“E QUE FIQUE CLARO QUE EU SURGI ANTES DE SOBRENATURAL!”

Yeah, isso é um ponto.

No passado, Jack era um andarilho solitário. Passava caminhando por lugares onde ninguém se atrevia a ir. Estava ali, em sua cidade, ou nas proximidades, caçando. Mantendo as coisas no lugar.

Agora ele se tornou um cara melhor. Não está mais tão solitário, ele tem amigos. Uma família (de apenas um padrinho, mas tudo bem). E não está mais caminhando tanto, ele tem uma motocicleta. E um dia eu ainda vou ter uma igual.

O Padrinho
(Desenho por: Gustavo "Moon" Martins)

“E um dia ainda vai me ajudar a nomeá-la”.

Bem, como podem ver nos comentários... Ele também mudou bastante sua personalidade. Ele ainda tem o complexo de herói. Sempre ajudando aqueles que pedem por sua ajuda, não importa mesmo quem seja... Não importa se não vão se lembrar dele depois.

Mas também não é um exemplo. Jack bebe, vivia se metendo em confusão no bar Princesa. Jack fuma. Ele é sarcástico, piadista, deprimido, raivoso, inconstante... Ele é a confusão em pessoa; mas com certeza é um dos melhores amigos que alguém pode querer. E também um dos piores inimigos que você gostaria de fazer. Ele não se importa em ir até o fim quando quer proteger ou machucar.

“É da profissão”

Há algum tempo, eu percebi que se fossemos analisar ele, comparando com alguns personagens da Marvel, poderia ser visto que ele se assemelha à:

Homem-Aranha ― Com suas tiradinhas e piadas sobre qualquer coisa em qualquer situação;

Wolverine ― Principalmente na época de Madripoor, onde ele bebia, fumava e matava por muito pouco;

Capitão América ― Em suas questões de origem de habilidades (Jack foi parte de um experimento também) e sua personalidade de herói. Fazer o que é certo, não importa o que aconteça;

Hulk ― Distúrbios mentais. Ele possui em sua mente fragmentada algumas inconstâncias. Pessoas em sua cabeça que estão ali para ajuda-lo e/ou prejudica-lo. Mary e o Monstro.

Eu gosto dessa questão, uma luta eterna entre homem e animal interior. O instinto animalesco tentando sobressair-se sobre o raciocínio humano. No Jack isso é muito mais acentuado, é claro, mas okay.

“Digamos que eu seja um pouco complicado”

Só um pouco? Está com dó de si mesmo?

Mas Jack é um amigo de longa data. Um bom amigo. Quando estou só, não estou só... Ele sempre está comigo. Ali para me dar conselhos, me dar broncas, me ajudar a ter coragem para fazer aquilo que quero fazer.

Muitas vezes eu tento ser como ele... Quero ser como ele. Mas me lembro de que ele é um personagem, criação minha. Uma válvula de escape. Jack é uma salvação para minha mente quando preciso fugir dessa realidade, mas não se pode escapar para sempre. Não se pode fugir sempre... Uma hora vão te alcançar.

Eu só espero que ele esteja comigo quando isso acontecer, sei que com ele ao meu lado consigo vencer.

Criador como criação.

“É, é, é... Vamos encerrar, isso está meio fresco já”

Jack, relaxa. Eu já estou terminando mesmo.

Ele é um bom amigo mesmo. Me orgulho dele. E acredito que ele se orgulha de mim; mesmo que não admita. Obrigado por existir, amigo.